Resguardada por um quintal imenso e repleta de obras de arte por dentro e por fora, esta casa fica na cidade de São Paulo.
Sig Bergamin imprimiu seu estilo marcante em um décor pleno de referências tropicais
Apesar da ascendência espanhola da família que habita esta casa em São Paulo, o Brasil e sua natureza exuberante foram as inspirações máximas para o projeto, que porta assinatura de peso igualmente máximo entre nós: a do arquiteto Sig Bergamin.
Aqui, onde quer que os olhos pousem, há obras de artistas consagrados de diversas gerações e nações, muitas cores e um jardim frondoso, que emoldura tudo e se faz presente nos ambientes internos, de maneira a emprestar uma atmosfera campestre ao lugar.
Trata-se de um refúgio em meio à agitação paulistana, como queriam os proprietários quando encomendaram a residência cinco anos atrás.
A eclética e volumosa coleção de arte foi o ponto de partida desde os primeiros rascunhos.
Hoje, o acervo, que abrange figuras como Ascânio MMM, Sergio Camargo e Di Cavalcanti, além de exemplares de autores africanos e asiáticos, está exposto nos jardins, salas e outros ambientes da morada. “
O projeto tinha de ter paredes altas para acomodar as obras, porque muitas delas são enormes. É preciso ter perspectiva para poder apreciá-las”, explica Sig.
Como a coleção dos donos nunca para de crescer, ele se preocupou em criar um layout flexível, que permite outras configurações com a chegada de novas peças. “Nada pode ser tão engessado.
A vida está em movimento. Então, acho bacana ter a liberdade de mudar os móveis de lugar sempre que eles quiserem”, afirma.
Recentemente, inclusive, os cômodos passaram por mudanças e ganharam nova roupagem, com direito a troca de tecidos, tapetes e móveis pontuais. Sig, porém, tratou de reaproveitar muitos deles.
“Não sou a favor de me desfazer das coisas facilmente e sempre procuro usar as peças antigas de um outro jeito.
Dá para estofar mais uma vez, mudar o braço de uma poltrona ou revestir uma mesa, por exemplo.
Hoje em dia, o importante é que os ambientes tenham conforto e bem-estar, sem a necessidade de ficar comprando coisas novas toda hora”, argumenta.
Marca registrada do arquiteto, o uso de tons vibrantes e o mix de estampas foram responsáveis por garantir ainda mais brasilidade à decoração.
“Segui o caminho de um color blocking ligado à natureza, com muito amarelo, vermelho e turquesa. A ideia foi reunir elementos que a família aprecia, como os que remetem às matas e aos animais”, relata Sig.
Por isso, padronagens que imitam pele de onças e leopardos revestem alguns móveis. E não pense que os moradores ficaram receosos com a proposta ousada de viverem em espaços multicoloridos.
O estilo ousado e irrefreável, fez surgir um living com todas as paredes pintadas com um amarelo aceso e poltronas na mesma cor, enquanto sofás vermelhos e almofadas de estampas variadas completam o décor.
O design de personalidade forte se espalha por todos os cantos, dando origem a um universo particularmente especial para a família.
Sobre sua habilidade de criar como ninguém, aprimorada ininterruptamente há mais de 40 anos, Sig conclui: “Hoje em dia, todas as combinações valem e não precisa ter medo de errar.
Sempre confiei no meu risco e na minha bagagem.”
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